“Mas a nossa luta não e contra carne e sangue...” (Ef 6.12.)
Estava levando minha mãe, uma senhora de 79 anos, para sua casa. Quando no sinal de trânsito, parou ao meu lado outro carro. Isto é algo normal, Certo? Anormal era o som que saia daquele veículo. A altura insuportável do volume daquela “música”, aliás, pelo meu limitado conceito musical, aquilo não é e nem nunca foi música, é no máximo barulho. Mas isso é gosto...
Fechei os vidros e por alguns instantes ficamos em silêncio. Não pude olhar para minha mãe, fiquei com vergonha. Vergonha de ter que ouvir o que não escolhi. Até que ponto a escolha alheia pode invadir e agredir o nosso direito de escolha?Até quando terei que me calar por ter minha opinião taxada de censura? E como abolir a censura quando tenho minha opinião e direitos tolhidos? Seria censurar a censura.
Vivemos sob uma imposição que usa outras armas e nem sempre sabemos nos defender. O liberalismo a qualquer preço. Tudo é normal, tudo é comum. Acho que prefiro combater a tanques de guerra. Hoje a guerra é contra armas invisíveis, carregadas pelo ar. Combatemos um inimigo que corrompe a moral tornando o imoral em comum. E o que dizer quando nossas crianças são expostas à sensualidade e degradação da ética pelos meios de comunicação, que deveriam estar realmente educando. Calamos-nos.
Inclusive de não ter que ouvir pornografias musicadas. Afinal, me desculpe a franqueza, meu ouvido não é penico. A abolição da censura não pode abolir também o bom senso, a ética e o respeito pelo espaço alheio.
Ficamos, minha mãe e eu, por um tempo em silêncio. Mas agora é hora de falar e denunciar, ainda que censurada, o desrespeito aos nossos direitos, mesmo que simplesmente o direito de dizer não.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Fp. 4.8.)
Nilma Araujo
Membro da I.B.C.V.N e aluna do Seminário Teológico Carisma
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