Abril 28, 2008
Assim que chegamos, bastante cansados, ao local do Simpósio, nos instalamos nos quartos que prepararam para nós. A mim e à Ezenete reservaram um quase apartamento, e apesar de nós mesmos pagarmos pelas nossas despesas, não deixaram que ficássemos no quarto menor, pois queriam nos honrar com o melhor que tinham. As instalações me lembraram o Sesc aqui em BH, construção da década de 60/70, com muito mármore parecido com o brasileiro, e o diferencial dos corredores que ligam um prédio ao outro, para o conforto no inverno que pode ser muito rigoroso. Nesta região, o inverno chega a 30 graus negativos! Todos disseram que nós levamos o calor, pois a temperatura subiu, começo de primavera, para 8, 10, 15 graus até. Estava bastante agradável. Uma das lembranças que me marcou foi no refeitório, assim que chegamos e tivemos a primeira refeição russa - uma sopa deliciosa, carne e purê de batatas! Mas a lembrança marcante não foi a da agradável comida, que nos surpreendeu (na minha leitura bíblica diária, havia lido as palavras do Senhor Jesus ao enviar os setenta discípulos em missão: “Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido” Lc 10.8 – Confesso que, ao ler, imaginei que refeições difíceis ao nosso paladar estavam por vir!). O que me marcou, mais ainda que a comida saborosa foi um grupo de congressistas que, ao entrarem e tomarem seus lugares à mesa, recitaram juntos diversos versículos bíblicos, prática que estamos começando a ter no DT! Eu e o Sérgio nos entreolhamos e sorrimos. Mais uma confirmação para a nossa memorização das Escrituras (às vezes queremos coisas novas em Deus, mas são as Velhas que se fazem novas, as preciosas disciplinas espirituais, que nos aproximam do Pai!). Ainda no jantar nos encontramos com os organizadores do evento, em especial Peter, o líder do Instituto Cristo para as Nações na BieloRússia, que assumiu a direção depois que a KGB, mesmo depois da queda da Cortina de Ferro, expulsou o casal de missionários norte americanos que implantaram o trabalho da escola e do estúdio, com o apoio do Randy Adams. Também nos encontramos com o Randy, e tivemos um tempo de comunhão precioso com esses irmãos. Tentamos descansar naquela noite. O fuso horário, de sete horas à nossa frente, tornava mais difícil querer dormir quando naturalmente no Brasil estaríamos acordados, mas a longa viagem nos fez “desmontar” na cama, e acordamos para o primeiro dia de Cultos com bastante expectativa do que viveríamos. Pela manhã muitos congressistas ainda estavam chegando. Tiramos um tempo, depois do café (de pimentões e tomates! Mas o chá e um pão caseiro delicioso nos salvou!) para eu aprender a cantar em russo algumas de minhas canções que a Joy, a nossa missionária em Moscou, traduziu. Ela, e mais dois conferencistas, me auxiliaram. Alguns pensam que eu sei falar as línguas nas quais canto, mas o que faço é uma leitura fonética, como se eu lesse em português, e imito o som das palavras. O alfabeto russo é diferente do nosso, e por isso, mais um motivo de “traduzir” as canções para o russo, e depois, para o “russo-português”, afim de que eu cante. Participamos intensamente do culto à tarde, e fomos muito abençoados adorando ao Senhor com o grupo de louvor e a palavra. Dave Brunk, o missionário norte americano que fundou e continua apoiando o trabalho, mesmo de longe, pregou sobre algo que eu não tinha ouvido falar antes e que me edificou bastante. Uma pesquisa científica comprovou o efeito, o poder da musica para influenciar até mesmo o organismo humano. Com mais tempo, escreverei alguns dados surpreendentes que aprendi com esta pregação. À noite, outro grupo de louvor nos conduziu em adoração, e quando eu fui ministrar, cantei “Aclame ao Senhor” com eles, pois é uma canção conhecida em quase todas as línguas. Depois, cantei “Nos braços do Pai”. Vocês querem tentar? Eu venci o medo e com ousadia eu cantei. Eles amaram. Pude me sentir bem próxima deles, e seus corações se abriram para mim mais do que antes. A cada dia percebo que esta mensagem, da paternidade de Deus, é necessária em todas as nações… Nos Braços do Pai F abyatyar Atsa Átche, yá zdiês Ábrati svai vzór na minhiá Ya atchayano nujdaius f tvaiôm prisutstvii Tvái sílnie rúki mógut praniêsti minhiá Tvaió slôva derjit minhiá Yá ráchu slíshat tebyá Pái mniê piesníu liúbvi, Ya jájdu slíshat Padaidí, maió dityá Ídi ka mniê na rúki, Yá uspakóiu tibyá Yá nikágda ni astavlhiú teyá Ya pakajú tebié maió viernóst Ya ráchu zashítit y páderjat tebyá Pazvól mniê akrujít tebyá liúbovíu Maí gláza smatryát vnútri tebyá Pázvol mniê prinestí istseliênie tváiemu tsértsu. Pridi, maió dityá Pridi takói, kakói iêst Atche, mói Atiets Авва, Óтchе, мói Pápachka
Abril 30, 2008
Apesar de ter a certeza da direção de Deus, de que era para ministrar sobre cura para a alma das pessoas naquela primeira noite, eu ainda não tinha conseguido ouvir claramente por onde começar, que texto ler, e isso estava me deixando ansiosa. Então, pela graça de Deus, em poucos minutos antes do culto recebi um “download” do céu e coloquei no papel com clareza por onde deveria ir na ministração. A Zê, com suas orações por mim, ajudou bastante. Acho que esta ansiedade veio como um misto de não saber como seria recebida, como funcionaria a tradução, ter que falar em inglês, e também por ter querido participar todo o tempo dos cultos deles e não ter podido parar como seria o ideal, para me preparar melhor. Alem disso, a “passagem” do som com o grupo de Minsk foi um desastre, e eu quase desisti de cantar “Nos braços do Pai” em russo, como o Senhor havia colocado em meu coração. Nessa horas, como eu desejaria tocar um instrumento… Mas o Sérgio disse: Ana, eu toco só com o violão, vamos fazer assim mesmo, e foi uma bênção. Na hora de ministrar a Palavra, eles responderam muito abertamente. Falei sobre a intimidade com o Senhor na adoração, e a transformação das nossas vidas que acontece em Sua presença. Os cômodos secretos do nosso coração precisam ser abertos, limpos, as memórias antigas, entulhadas, nas quais não queremos mexer, precisam ser saradas. Os pecados precisam ser tratados, as feridas, curadas. O Senhor tem isso e muito mais para nós em Sua presença. Ele tem planos a nos revelar, sentido e propósito para as nossas vidas. Ele quer substituir toda palavra de fracasso e desvalor pela Sua palavra a nosso respeito. Ao término, além de termos um grande número de pessoas nos altar, prostradas diante do Senhor, ficamos orando com imposição de mãos por aqueles que precisassem ser tocados e ministrados de uma forma mais específica. O número de congressistas nos permitiu isto, pois éramos 175 participantes apenas. Eu amei poder descer do púlpito e tocar as pessoas, olhá-las nos olhos, abraçá-las, me compadecer delas, profetizar junto com a Zê sobre as suas vidas, expulsar demônios, ver doentes sendo curados. Algumas pessoas, mesmo pastores, vieram confessando pecados e foram poderosamente tocadas por Deus. Fomos dormir mais do que felizes com o que o Senhor havia feito. Aliás, quase não conseguimos dormir! A glória de Deus estava tão forte naquele lugar! Nas palavras dos líderes do evento, era como se uma muralha tivesse ruído naquela noite. A liberdade do Espírito tomou conta do lugar, e os brados de vitória foram liberados pela Rússia!
Nenhum comentário
Postar um comentário